A reportagem é de Olga de Mello e publicada pelo jornal Valor, 20-12-2011.
O trabalho minucioso da ex-ativista do Greenpeace baseia-se em fartas informações, extraídas de diferentes pesquisas, sobre o desperdício de recursos naturais (não apenas na extração mineral), no descontrole no uso da água, na derrubada de florestas ou na poluição industrial. Segundo Annie, fatores geralmente dissociados do tema, como a exploração de trabalhadores, o incentivo de conflitos pela indústria bélica ou negócios criminosos envolvendo a extração de pedras preciosas e produção de joias podem ser correlacionados com a devastação ambiental. O convite à reflexão visa a estimular a mudança de comportamento na compra ou no descarte de qualquer objeto (as "coisas" do título). Para a ambientalista, essa atitude seria a única forma de reduzir a cultura consumista, incentivada por governos e corporações.
Acusada de anticapitalista pelos que se incomodaram com suas críticas ao consumismo americano, Annie prega uma retomada de costumes tradicionais, como o fortalecimento da vida social comunitária, em lugar de relacionamentos virtuais via internet. Ao mesmo tempo em que reafirma a responsabilidade de cada indivíduo na conservação do planeta, ela aponta governos, indústrias e a publicidade como os maiores culpados pela degradação ambiental. Depois de traçar um histórico sobre o consumo humano, acelerado a partir da Revolução Industrial e incentivado culturalmente depois da Segunda Guerra Mundial, a ambientalista alerta para o consumismo desenfreado, que torna obsoletos objetos recém-saídos das fábricas, como celulares e computadores. E, apesar da associação do materialismo ao bem-estar, observa a autora, os americanos acumulavam US$ 832 milhões em dívidas de cartão de crédito, em 2005, enquanto a procura por antidepressivos triplicava entre 1994 e 2004. As contradições não param aí. Em 2009, uma pesquisa com 143 países apontou que os Estados Unidos estavam na 114ª posição entre as nações que mais investiam recursos em bem-estar.
Nem tudo, no entanto, está perdido. Mesmo fazendo ressalvas a empresas que apresentam programas de sustentabilidade para limpar as próprias imagens de poluidoras, Annie destaca alguns empresários realmente dedicados à causa ambiental, como o maior fabricante de carpetes do mundo, Ray Anderson, que criou um sistema de manutenção do material que antes vendia, retirando e substituindo apenas as partes danificadas da forração. Uma das poucas menções ao Brasil elogia o país onde a taxa de reciclagem de latas de alumínio alcança "impressionantes 87%". Pena que venha acompanhada da ressalva de que o reaproveitamento das latas é fonte de renda para muita gente.
O trabalho minucioso da ex-ativista do Greenpeace baseia-se em fartas informações, extraídas de diferentes pesquisas, sobre o desperdício de recursos naturais (não apenas na extração mineral), no descontrole no uso da água, na derrubada de florestas ou na poluição industrial. Segundo Annie, fatores geralmente dissociados do tema, como a exploração de trabalhadores, o incentivo de conflitos pela indústria bélica ou negócios criminosos envolvendo a extração de pedras preciosas e produção de joias podem ser correlacionados com a devastação ambiental. O convite à reflexão visa a estimular a mudança de comportamento na compra ou no descarte de qualquer objeto (as "coisas" do título). Para a ambientalista, essa atitude seria a única forma de reduzir a cultura consumista, incentivada por governos e corporações.
Acusada de anticapitalista pelos que se incomodaram com suas críticas ao consumismo americano, Annie prega uma retomada de costumes tradicionais, como o fortalecimento da vida social comunitária, em lugar de relacionamentos virtuais via internet. Ao mesmo tempo em que reafirma a responsabilidade de cada indivíduo na conservação do planeta, ela aponta governos, indústrias e a publicidade como os maiores culpados pela degradação ambiental. Depois de traçar um histórico sobre o consumo humano, acelerado a partir da Revolução Industrial e incentivado culturalmente depois da Segunda Guerra Mundial, a ambientalista alerta para o consumismo desenfreado, que torna obsoletos objetos recém-saídos das fábricas, como celulares e computadores. E, apesar da associação do materialismo ao bem-estar, observa a autora, os americanos acumulavam US$ 832 milhões em dívidas de cartão de crédito, em 2005, enquanto a procura por antidepressivos triplicava entre 1994 e 2004. As contradições não param aí. Em 2009, uma pesquisa com 143 países apontou que os Estados Unidos estavam na 114ª posição entre as nações que mais investiam recursos em bem-estar.
Nem tudo, no entanto, está perdido. Mesmo fazendo ressalvas a empresas que apresentam programas de sustentabilidade para limpar as próprias imagens de poluidoras, Annie destaca alguns empresários realmente dedicados à causa ambiental, como o maior fabricante de carpetes do mundo, Ray Anderson, que criou um sistema de manutenção do material que antes vendia, retirando e substituindo apenas as partes danificadas da forração. Uma das poucas menções ao Brasil elogia o país onde a taxa de reciclagem de latas de alumínio alcança "impressionantes 87%". Pena que venha acompanhada da ressalva de que o reaproveitamento das latas é fonte de renda para muita gente.
Fonte: IHU
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