quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Monsanto é condenada na França por intoxicação de agricultor



Apicultores franceses protestam em frente à sede da Monsanto, nos arredores de Lyon, em foto do dia 20 de janeiro de 2012.
Apicultores franceses protestam em frente à sede da Monsanto, nos arredores de Lyon, em foto do dia 20 de janeiro de 2012.
REUTERS/Robert Pratta

RFI
O agricultor francês Paul François, que havia, sozinho, entrado na Justiça francesa com um processo inédito contra o grupo americano da indústria agroquímica Monsanto, saiu vitorioso nesta segunda-feira. A empresa deverá pagar uma indenização por danos causados pela inalação de um herbicida.

"A Monsanto é responsável pelos danos causados a Paul François após a inalação do produto Lasso e deverá indenizá-lo pelo prejuízo após uma perícia médica", considerou o Tribunal Superior de Lyon.
Hoje, o agricultor tem 47 anos e é considerado inválido. O incidente aconteceu em 2004, quando ele trabalhava como produtor de cereais. Ao abrir o contêiner de um pulverizador, Paul François recebeu no rosto vapores do herbicida produzido pelo gigante da indústria agroquímica. Em seguida, ele teve náuseas e outros sintomas, como gagueira, vertigem e dores de cabeça, que o obrigaram a interromper suas atividades por quase um ano.
Em maio de 2005, um ano depois de ter inalado o herbicida, análises médicas demonstraram que estavam presentes em seu organismo traços de monoclorobenzeno, um potente solvente que faz parte da composição do Lasso junto com o produto ativo, o anacloro. Três anos mais tarde, o agricultor, que se tornou um porta-voz das vítimas de pesticidas, fez com que a Justiça reconhecesse seus transtornos como doença profissional e posteriormente abriu o processo contra a Monsanto.
Segundo o advogado do agricultor, a Monsanto faltou com sua "obrigação de informação", ao não detalhar a composição do produto na etiqueta e ao não advertir sobre os riscos de inalação, nem sobre a necessidade de utilizar uma máscara ao manipulá-lo. Na França, o produto Lasso só foi retirado do mercado em 2007, depois da proibição no Canadá, Inglaterra e Bélgica.
Fonte:RFI

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