Há muito, os movimentos sociais
do campo, pastorais e organizações da sociedade civil vêm denunciando a violência
do latifúndio e sua impunidade, na região do Triângulo Mineiro. Não é possível
que a vida humana seja considerada como um nada, diante da voracidade do
agronegócio e das ações de grupos armados, ligados a latifundiários.
As famílias sem terra do
Triângulo Mineiro, e em particular aquelas acampadas na Fazenda São José dos
Cravos, estão vivenciando na carne a Semana Santa, que se aproxima com a paixão
e morte de Cristo. O sangue derramado por Clestina, Milton e Valdir, covardemente
executados pelo latifúndio, se junta ao sangue de Cristo e de tantos outros
irmãos e irmãs, martirizados por causa de conflitos agrários e dos crimes do
agronegócio.
O ser humano tem o direito
sagrado à terra, base da vida. Não é justo que famílias fiquem neste nosso
país, acampadas sob tensão e em condições inumanas, enquanto sobra terra, nas
mãos de uns poucos. Não é justo que monoculturas, como a cana, se espalhem
tomando territórios, para satisfazer as necessidades de lucro dos negócios de
mercado. Não é justo que o direito constitucional à função social e ambiental
da terra, não seja aplicado, e não se desapropriem os latifúndios.
Que a ressurreição, já
vivida pelos que foram assassinados, venha para os sem terra com a reforma agraria
e que se faça justiça em mais essa tragédia na luta agrária, no nosso querido
Brasil.
Uberlândia, 28 de
março de 2012
CPT
– Triângulo Mineiro (Comissão Pastoral da Terra)
AFES
– Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade
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