Na madrugada do dia 01 de novembro de 2012, a Polícia Militar de Minas Gerais, arbitrariamente despejou, famílias de sem terra, acampadas na Fazenda Arco Iris, em Gurinhatã (MG),no Pontal do Triângulo Mineiro, perto de Ituiutaba. Leia a denuncia do MTL - Movimento Terra Trabalho e Liberdade:
Policiais militares, liderados pelo conhecido capitão
Salvarani, nessa madrugada, por volta de 02:30H, colocando-se a serviço da
propriedade improdutiva, que não cumpre a sua função social, de forma
arbitrária e ilegal, promoveram a
desocupação forçada das famílias que reocuparam a fazenda como forma de
pressionar a justa e legítima destinação da mesma, para a reforma agrária.
A
Fazenda Córrego da Jacuba/Arco Iris, de propriedade da FLE Empreendimentos
Ltda, de Belo Horizonte já vistoriada pelo INCRA e classificada como IMPRODUTIVA, encontra-se com Kit
Decreto em Brasília.
As
famílias integrantes do MTL ocuparam a área improdutiva no ano de 2009, da
qual foram despejados, mais de 01 ano
depois, às vésperas do natal de 2010. Em 04 de março de 2012, a fazenda foi
reocupada, após dois anos de permanência em acampamento às margens de uma
perigosa rodovia. No dia 13 de outubro último, outra desocupação foi procedida,
sendo que as famílias montaram acampamento em uma pequena propriedade cedida,
contígua à Fazenda Arco Iris.
O
descaso do governo federal, capitaneado pela Presidente Dilma, com suas
políticas discriminatórias quanto às famílias de trabalhadores sem terras do
Triângulo Mineiro, tem feito acirrar o conflito na região. As decisões impostas
ao INCRA são verdadeiros atentados contra a reforma agrária e a favor do
agronegócio, deixando de publicar Decretos de imóvel na região, ainda que
classificados como improdutivos, para favorecer o agronegócio.
Reforçando
essa política nacional, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, tem
liderado as iniciativas de criminalização contra os trabalhadores, suas
lideranças e apoiadores. Especificamente em relação ao Pontal do Triângulo
Mineiro, onde o Capitão Salvarani tem cumprido o papel de verdadeiro guarda da
propriedade particular e perseguidor dos lutadores da reforma agrária.
Nessa
madrugada, o mesmo capitão, liderando um grupo de cerca de 20 (vinte)
policiais, promoveu a desocupação
forçada da Fazenda Arco Iris, que foi reocupada como única forma de pressionar
por sua desapropriação e como luta legítima pela reforma agrária. Sem mandado judicial, sem a presença de
oficial de justiça, o policiais, extrapolando em muito a sua função, e
agindo de forma criminosa, fizeram a desocupação da área cuja improdutividade
já está declarada, humilhando, agredindo, algemando todos os trabalhadores.
Os
Sem Terra foram levados para a Delegacia de Polícia de Ituiutaba, para a tomada
dos depoimentos. É evidente a criminalização da luta pela reforma agrária, pois
nenhum crime foi praticado pelos trabalhadores. Crime contra a vida e o direito
dos sem terra, quem vem praticando são os proprietários da Fazenda Arco Iris,
que jamais cumpriu a função social
exigida pela Constituição Federal.
Exigimos
a imediata liberação dos trabalhadores que não são bandidos, são apenas
lutadores da reforma agrária.
Exigimos
a desapropriação da Fazenda Arco Iris, no reconhecimento de sua
improdutividade.
Exigimos
a apuração das ameaças contra a vida dos trabalhadores, perpetradas por milicianos
a serviço dos proprietários.
Exigimos
a apuração dos crimes ambientais cometidos pela empresa e outras usinas de cana
na região.
Por
fim, registramos que jamais desistiremos
da conquista da Fazenda Arco Iris. A luta continua!!!
Triângulo
Mineiro, 01 de novembro de 2012.
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