Francisco convoca os seus colaboradores mais próximos para discutir a situação da Igreja – e talvez também dos seus órgãos centrais – nestes primeiros meses desde a eleição. E, para esse escopo, convocou uma "cúpula" extraordinária no Vaticano para a próxima terça-feira de manhã.
A reportagem é de Marco Tosatti, publicada no sítio Vatican Insider, 08-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Foram chamados a participar nesse insólito"Conselho de Ministros", fixado para as 10 horas, na Sala Bolonha, os responsáveis pelas Congregações e pelos Pontifícios Conselhos, cardeais e arcebispos.
A carta de convocação enviada pela Prefeitura da Casa Pontifícia, e não pela Secretaria de Estado, não oferece uma agenda propriamente dita, subdividida em pontos. No convite, afirma-se, substancialmente, que o interessado é convidado a estar presente naSala Bolonha para se encontrar com o Santo Padre.
O objetivo da reunião, mas que não é expressado em termos específicos na carta, seria o de fazer um balanço desses meses. Isto é, dos primeiros seis meses do pontificado de Francisco. Mas não fica claro como o encontro irá ocorrer. É provável que os cardeais, por ordem de idade, tomarão a palavra e expressarão a sua opinião sobre a situação atual da Igreja. Não se sabe se o papa vai tomar a palavra no início ou no fim e se responderá a eventuais perguntas sobre as recentes decisões e nomeações.
Não se exclui, de acordo com alguns, que essa imprecisão seja proposital, ou seja, que o Papa Francisco poderia aproveitar a oportunidade do encontro para fazer alguns anúncios com relação à futura organização dos órgãos centrais da Igreja, sem esperar pela reunião, agendada para o dia 1º de outubro, com os oito cardeais seus conselheiros sobre esse assunto e representativos de todas as partes do mundo.
De fato, quem pensava que o Papa Francisco esperaria aquela reunião para começar a remodelação curial foi desmentido pela nomeação a secretário de Estado do núncio na Venezuela, Dom Pietro Parolin, e pela posterior confirmação dos seus postos como Sostituto da Secretaria de Estado, de Dom Becciu; como Assessor, de Dom Wells; como "ministro das Relações Exteriores", de Mamberti; e como prefeito da Casa Pontifícia de Dom Gänswein.
Na prática, a Secretaria de Estado já foi renovada – e blindada – nas suas estruturas atuais, enquanto é máxima a incerteza e a instabilidade em todos os outros órgãos da Cúria.
No entanto, é provável que essa convocação deve ser posta em relação à reunião que o papa terá com os oito cardeais de todo o mundo encarregados de estudar a reforma da Cúria, que ocorrerá no início de outubro. Dela participará o secretário de Estado cessante, o cardeal Tarcisio Bertone. E será interessante saber se haverá alguma forma de debate sobre as decisões mais recentes, incluindo a instituição da Comissão de Inquérito sobre as finanças, que provocou muitas perplexidades dentro dos órgãos centrais da Igreja, também por causa do perfil pessoal de alguns dos seus membros.
Sobre esses episódios, o papa deveria manifestar algum pesar, na consciência de não poder voltar atrás em pouco tempo sobre decisões recém-tomadas.
FONTE: IHU
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