terça-feira, 1 de abril de 2014

Por uma Conferência Nacional da Mineração

Código da Mineração - a pressa é ouro de tolo
Por uma Conferência Nacional da Mineração 

TODO MUNDO GANHA COM A MINERAÇÃO? 
O crescimento da mineração em Minas Gerais e no Brasil melhora a vida das pessoas? O Brasil vive uma realidade de muitos investimentos na exploração mineral. Com estes investimentos, cria-se uma expectativa de novos empregos, maior circulação de dinheiro no comércio dos municípios, criação de novas empresas de prestação de serviço e aumento na arrecadação para os governos municipais, estadual e federal, inclusive com o pagamento de royalties. 

A intensificação dos investimentos e das atividades minerárias, no entanto, trazem muitos impactos negativos aos municípios: destruição das florestas, dos mananciais de água, da biodiversidade, destruição dos patrimônios naturais e culturais, a concentração da riqueza, aumento da incidência de acidentes de trabalho, aleijamentos e adoecimentos permanentes dos trabalhadores, entre outros impactos negativos. 

Você sabia que quando uma empresa apresenta investir 10 milhões em uma localidade é porque ela espera retirar dali mais do que 10 milhões em troca, senão não teria lucro? 

O que é o MARCO REGULATORIO DA MINERAÇÃO? 

O crescimento da mineração movimentou interesses no sentido de modificar as regras que regimentam o Código da Mineração, publicado em 1967 pela ditadura militar. Nesse cenário, o governo federal propôs em 2013 uma mudança em toda a legislação chamada de MARCO REGULATÓRIO DA MINERAÇÃO. 

Marco regulatório é o conjunto de normas e diretrizes, deveres e direitos sobre uma atividade ou setor da  economia. Nele, são definidas as regras de como e sob quais critérios uma atividade deve funcionar. 

Temos marcos regulatório em toda a sociedade que garantem as regras da saúde, educação, segurança, dos programas sociais entre outros. Assim sendo, são necessárias regras que tratem da mineração como um todo e não apenas do mercado mineral. Regras que aumentem o controle social sobre a atividade minerária para que não continue a criar os impactos negativos tão denunciados atualmente.

Um dos principais problemas é que a discussão da proposta do MARCO REGULATÓRIO DA MINERAÇÃO não teve a participação ATIVA da sociedade, dos trabalhadores, dos técnicos e pesquisadores da mineração, dos ambientalistas, dos prefeitos e vereadores das cidades com mineração, das comunidades atingidas pela mineração e nem dos lutadores sociais. 

Se a sociedade não foi ouvida, O QUE FAZER? 

Diante desta situação, dirigentes e lideranças dos trabalhadores e da sociedade, especialmente dos sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais e o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, formado por diversas organizações do campo e da cidade, insistem na necessidade de debate público e aprofundado antes de qualquer votação de um novo Marco legal. 

Defendemos a realização de uma Conferência Nacional da Mineração, porque nunca houve no Brasil um debate amplamente democrático sobre a mineração. Ressaltamos que a mineração não é somente um  negócio. Ela impacta profundamente a vida de famílias e comunidades inteiras, ao longo de toda a sua cadeia produtiva. Ela impacta também a vida de milhares de trabalhadores do setor. Defendemos que somente após a realização de uma Conferência Nacional seja votado o novo marco regulatório. 

Queremos uma Conferência Nacional da Mineração porque queremos debater: 

A – Maior controle das condições de trabalho pelos trabalhadores da mineração. Atualmente é o setor de trabalho que mais mata, aleija e adoece seus trabalhadores; 
B – Garantir o direito de consulta, consentimento e veto das comunidades locais afetadas pelas atividades mineradoras; 
C – Maior controle desde a pesquisa mineral até o fechamento da mina pelas comunidades e trabalhadores da região com mineração. Atualmente a população não é ouvida e nem respeitada; 
D – Transparência e controle da sociedade sobre a produção e comercialização dos minérios; 
E – Delimitação e respeito a áreas livres de mineração; 
F – Respeito às taxas e ritmos de extração; 
G – Garantir que a Mineração em Terras Indígenas respeite a Convenção 169 da OIT e esteja subordinada à aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas. 

E no meio desta bilionária disputa de interesses econômicos qual é a armadilha contra a sociedade? 

Achar que aumentar os royalties (CFEM) do minério de ferro irá resolver os impactos e problemas da mineração. Aumentar os royalties é importante SIM, mas, de que adianta a União, os estados e os municípios receberam mais recursos financeiros se não ficar estabelecida a obrigação das empresas de não destruir os territórios no entorno da mineração, de ter um plano de fechamento de minas, não destruir a saúde dos trabalhadores e a vida das comunidades? Muitos prefeitos liderados pelo governador Anastásia e pelo Senador Aécio Neves lideram um movimento para votar imediatamente o substituto do 
MARCO REGULATÓRIO DA MINERAÇÃO, iludindo a muitos com a falsa promessa de que as soluções passam por aí. O MARCO DA MINERAÇÃO da forma que está hoje é inaceitável e não podemos subordinar a importância deste tema a objetivos eleitorais. 

Contra a pressa na aprovação do novo Código da Mineração. Por uma Conferência Nacional da Mineração. 

 Brasília, 01 de março de 2014. 


Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade - AFES 
Articulação Antinuclear Brasileira 
Articulação dos Atingidos pela Mineração do Norte de Minas – MG 
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB 
Associação Alternativa Terrazul 
Associação Brasileira de Reforma Agrária 
Associação Para a Recuperação e Conservação Ambiental - ARCA AMASERRAa 
Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária – AMAR  
Associação Comunitária Nascentes e Afluente Serra do Caraça-ACNASC 
Associação de Proteção ao Meio Ambiente - APROMAC 
Associação de Saúde Ambiental – TOXISPHERA 
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – (APREMAVI – SC) 
Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APHAA-BV) 
Associação PRIMO - Primatas da Montanha 
Brasil Pelas Florestas 
Brigadas Populares 
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG 
CEPASP – PA 
Cáritas Diocesana de Sobral – CE 
Cantos do Mundo 
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB 
Consulta Popular 
Conselho Indigenista Missionário – CIMI 
Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas – CONAQ 
Campanha contra o Mineroduto da Ferrous 
Conlutas 
Comissão Pastoral da Terra – CPT 
Conselho Pastoral dos Pescadores 
Confederação Nacional do Ramo Químico – CNQ/CUT 
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria – CNTI/NCS 
Fase 
FBOMS 
Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas do Estado de Minas Gerais – FTIEMG 
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social 
Frente de Luta pelos Direitos Humanos 
Fórum Carajás 
Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente da UFMA (GEDMMA) 
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte - GPEA/UFMT 
Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá) 
Greenpeace 
Guará 
Hutukara Associação Yanomami (HAY) 
Ibeids 
Instituto Caracol - iC 
Instituto Socioambiental - ISA 
Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC 
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase 
Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul – PACS 
Justiça nos Trilhos 
Juventude Atingida pela Mineração - PA e MA 
Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA 
Justiça Global  
Levante Popular da Juventude 
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra - MST 
Movimento Nacional pela Soberania Popular frente à Mineração - MAM 
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB 
Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA 
Movimento pelas Serras e Águas de Minas (MovSAM) 
Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela 
Movimento Xô Mineradoras 
Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça e Cidadania 
Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté - MACACA (Caeté/MG) 
Marcha Mundial de Mulheres 
Nos Ambiente 
Pastoral da Juventude Rural - GO 
Pedra no Sapato 
Pastorais Sociais / CNBB 
Rede Brasileira de Justiça Ambiental 
Rede Cearense de Juventude pelo Meio Ambiente – RECEJUMA 
Rede Axé Dudu 
Rede Brasileira de Ecossocialistas 
Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental – REMTEA 
Rede Causa Comum 
Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia - SINFRAJUPE 
Sindiquimica - PR 
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Simonésia - MG 
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha - MG 
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canaã dos Carajás – PA 
Sindicato Unificado da Orla Portuária - SUPORT ES 
Serviço Interfranciscano de Ecologia e Solidariedade – SINFRAJUPE 
Sindicato Metabase Inconfidentes 
SOS Serra da Piedade (MG) 
VIVAT Internationa

Nenhum comentário:

Postar um comentário