A Diretoria e a Coordenação Executiva Nacional da CPT, junto com todos os seus agentes nos 21 regionais, espalhados por todo o território nacional, soma-se a todos os homens e mulheres do campo brasileiro para lamentar a morte de Plínio de Arruda Sampaio, no dia de hoje. Plinio é uma das maiores figuras na defesa da Reforma Agrária e na luta por uma superação da estrutura agrária que privilegia uma elite, sobretudo de latifundiários, deixando a maior parte dos trabalhadores da terra, na situação de sem-terras. Plínio contribuiu para a história e para a política nacional.
Em 1964, quando o golpe militar derrubou o governo João Goulart, Plínio, deputado federal, era o relator da Comissão Especial da Reforma Agraria. Já no governo Lula, Plínio coordenou o grupo de trabalho que elaborou o II Plano Nacional de Reforma Agrária, que poderia ter mudado a estrutura agrária do país em definitivo.
A CNBB, em 2009, o escolheu para ser um dos assessores dos bispos para elaborar uma leitura atualizada da realidade agrária brasileira. Essa leitura se consolidou no documento “Igreja e a Questão Agrária no Início do século XXI” , aprovado pela Assembleia Nacional da CNBB, neste ano.
A CPT se considera privilegiada por ter contado com a assessoria de Plínio em muitos momentos dos seus quase 40 anos de existência. Ele também foi apoiador e incentivador de todos movimentos sociais do campo.
Os camponeses e camponesas do Brasil que há dois meses sentiram o impacto da morte de um dos grandes baluartes da luta no campo, Dom Tomás Balduíno, agora sofrem o baque com a perda de outro grande aliado, Plínio de Arruda Sampaio.
A dedicação de Plínio à causa dos homens e mulheres do campo, seu empenho na busca de alternativas para superar a situação injusta de concentração da propriedade da terra, são um exemplo e um estímulo a todos quantos hoje ainda lutam pela reforma agrária e por condições melhores para os que vivem do trabalho na terra. São os agricultores familiares os que colocam os alimentos presentes à mesa dos brasileiros, num país dominado pelo latifúndio e o agronegócio, que tem sua produção voltada para o mercado internacional.
À esposa de Plínio, seus filhos e todos os familiares, a CPT apresenta sua solidariedade. Vocês com muita justeza podem se orgulhar do esposo, pai e avô que tiveram, um fiel seguidor do homem de Nazaré e por isso um irmão e pai para todos os que lutam por um mundo mais justo e fraterno.
Diretoria Nacional da CPT
Coordenação Executiva Nacional da CPT
Goiânia, 08 de julho de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário