A história desta foto: Esse menino dormia sereno na véspera do despejo das famílias de sem teto, do MTM - Movimento Terra e Moradia, acampadas, no bairro Ipanema na cidade de Uberlândia (MG), neste ano de 2014.
Hoje, igual a essa criança, mais de 8 mil famílias, estão ocupando várias áreas em Uberlândia. Estão acampados buscando moradia. Querem um lote
de terra para nossas famílias. Buscam fugir do aluguel. Procuram uma casa,
um lar.
Os pássaros tem seus ninhos, os animais suas tocas.
Nesse tempo de Natal, nós recordamos que chegada a
hora de Maria dar a luz, ela e José procuraram um lugar, um abrigo, mas não
encontraram,. Bateram em muitas portas e lhes foi negado um abrigo. Tiveram que
ocupar uma estrebaria (um curral) e ali nasceu um menino, Jesus, que foi envolvido em panos e colocado num cocho, numa
manjedoura.
Nosso Salvador nasceu numa ocupação. Certamente uma
ocupação diferente. Uma ocupação de um só casal, uma mulher grávida, prestes a
dar a luz. Pode parecer para nós uma pequena ocupação, mas aquele casal
representa, na verdade, toda humanidade. De certo não ficaram ali, mas aquele
menino ocupou nossos corações, nossas vidas e nossa história. E aquela família
se tornou o modelo para todas as famílias da humanidade. A natureza os acolheu
com alegria, uma estrela anunciou o seu nascimento, os animais naquela estrebaria
assistiram ao nascimento. Os pobres pastores vieram visitar, anunciados pelos
anjos, e ate os reis vieram adorar o menino, e respeitaram o Deus Menino, numa
ocupação.
Deus assumiu nossa fragilidade, por amor quis ser
como nós. Herodes tremeu em seu poder, teve medo da frágil criança, nascida
numa ocupação de um curral, na pequena vila de Belém.
O projeto de salvação que esse menino trouxe exige
para nós conversão, exige partilha para que a justiça aconteça e sua presença
se realize entre nós. O livro dos Atos dos Apóstolos nos dá um exemplo de como
viver esse projeto: "Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos
apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Apossava-se de
todos o temor, pois numerosos eram os prodígios e sinais que se realizavam por
meio dos apóstolos. Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo
em comum: vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo
as necessidades de cada um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no
Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e
simplicidade de coração. Louvavam a Deus e gozavam da simpatia de todo o povo.
E o Senhor acrescentava cada dia ao seu número os que seriam salvos."
(At 2, 43-47).
Feliz Natal!!!!!
Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret, ofm
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