sábado, 10 de janeiro de 2015

FRANÇA E NIGÉRIA: a necessidade de democratização da midia.

A liberdade de imprensa é um dos fundamentos da democracia. Contudo, a sua realização acontece a partir da democratização dos meios de comunicação e informação. Hoje, se torna cada vez mais clara a necessidade democratização da mídia. O controle da informação e da comunicação é um fenômeno global.  As agências de informação brasileiras reproduzem as notícias das agências internacionais. Na realidade o que acontece é que são agências  internacionais que determinam o que é importante ser noticiado sobre esse país para o mundo. Essas agências funcionam de forma a garantirem a ideologia dominante, no campo da política e da cultura e no campo da economia os interesses do mercado e das corporações transnacionais.

Neste dias em que estamos todos bombardeados, pela mídia, pelos chocantes ataques de terrorismo acontecidos na França, e quase nada lemos, vimos ou ouvimos sobre os Cerca de 2 mil foram mortos em cinco dias de ataques na Nigéria. Segundo Anistia Internacional, é o mais mortal ataque de radicais islâmicos. Moradores dizem que número de corpos é 'muito grande para contar'. Uma desproporcionalidade que nos assusta. Não é o caso de depreciar este ou aquele acontecimento, mas de constatar que certas mortes adquirem uma conotação e importância maiores. Os motivos são muitos, mas revelam um atentado planeja de mídia contra a dignidade de pessoas, que para o “status quo” são seres humanos de menos valia, de segunda.
Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret

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Boko Haram massacra 2000 e toma cidade nigeriana de Baga

O grupo paramilitar Boko Haram, de inspiração islamita, atacou Baga, a última cidade do nordeste da Nigéria ainda controlada pelo governo. Testemunhas citadas pela BBC apontam para casas incendiadas, mortos e feridos nas ruas e cerca de 10.000 pessoas em fuga. De acordo com observadores da Amnistia Internacional, este será o maior massacre de sempre levado a cabo por este grupo terrorista, e o número de mortos poderá ascender aos dois milhares. O seu líder, Aboubakar Shekau, já declarou a criação de um Califado na região Nordeste do país, à semelhança do Estado Islâmico do Médio Oriente. Contudo, e de acordo com a agência Reuters, as forças armadas da Nigéria estão a lutar para retomar a cidade, incluindo no seu esforço o uso de meios aéreos.

Os países vizinhos mostraram hesitação no apoio à Nigéria. De acordo com o Observador, o ministro dos Negócios Estrangeiros do vizinho Níger afirmou à BBC que o país "não vai enviar tropas enquanto a Nigéria não conseguir retomar a cidade de Baga", mas que o país continua determinado a trabalhar em parceria com a Nigéria e também com o Chade e os Camarões contra o inimigo comum. Recorde-se que os quatro países acordaram, há alguns meses, um esforço militar conjunto com vista ao combate contra o Boko Haram. Contudo, e de acordo com o site Christian Science Monitor, as tropas dos três vizinhos da Nigéria retiraram-se de uma base militar próxima de Baga dias antes do ataque do Boko Haram. As tropas nigerianas que ficaram no local fugiram depois, ao verificarem-se em desvantagem numérica e de equipamento perante os islamitas. 

Mediaticamente menos visível que o ataque ao Charlie Hebdo, o combate entre o Boko Haram e o governo da Nigéria é apenas outra frente da mesma guerra, tal como a Segunda Guerra Mundial se desenrolava ao mesmo tempo na Ucrânia, no Egipto e nas águas do Oceano Pacífico. A notícia do rapto de 200 raparigas estudantes causou uma onda de comoção por todo o mundo, mas pouco ou nada conseguimos fazer para que o governo da Nigéria conseguisse reverter a situação. Tal como o Estado Islâmico, o Boko Haram está muito longe de estar controlado ou dominado, e será uma ameaça para as populações locais nos próximos tempos. Tão ou mais mortal do que o ébola, nas vizinhas Serra Leoa e Libéria.
FONTE: BLASTINGNEWS

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