"Devemos combater o capitalismo como combatemos o comunismo. São os males da humanidade." Como padre de rua,Edoardo Menichelli está na linha de frente contra "desemprego e pobreza".
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no jornal La Stampa, 15-02-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Edorardo Menichelli, arcebispo de Ancona-Osimo, é um dos dois italianos nomeados cardeais no sábado passado. O outro éFrancesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, que abrange Lampedusa.
Eis a entrevista.
O que agrava a crise?
Se no centro está o dinheiro, a pessoa perde sentido, e a sociedade se torna um deserto de valores. A economia reduzida a finança mata, e os danos estão diante dos olhos de todos. Que os políticos pensem nas pessoas e não nos partidos. São necessárias solidariedade e sobriedade: políticas de trabalho para todos. É preciso recomeçar dos últimos, dar novamente dignidade à pessoa, eliminar injustiças.
Mais compromisso com o social?
A dimensão social é parte integrante da fé. Na Evangelii gaudium, Francisco adverte contra as ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Bento XVI já havia pedido uma autoridade política mundial que direcione o sistema financeiro e monetário à função de conceder crédito a trabalhadores,as famílias, empresas e comunidades locais.
O que mais a Igreja pode fazer?
A misericórdia deve orientar todas as ações para socorrer aqueles que perderam o trabalho, vivem em desconforto humano e correm o risco de perder a identidade social. A Igreja é chamada a se mostrar sensível e atenta. Não devem prevalecer oligarquias políticas que ignoram as exigências da sociedade civil e criam separação entre classes dominantes e população. A globalização deve ser orientada ao bem comum. E a Igreja "em saída" deve sempre estar em campo contra o egoísmo e o relativismo.
Fonte: IHU
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