O tema do Fórum oficial é "Água para o nosso futuro", e está acontecendo na Coreia do Sul de 12-17 abril 2015. Esse fórum é organizado pelo Conselho Mundial da Água (World Water Council), criado em 1996 e que defende a atuação do capital privado no setor e da água como bem econômico. O conselho é mantido por cerca de 300 organizações de 70 países, incluindo empresas de água, governos, instituições e associações hidrológicas. Dentre seus membros estão algumas das maiores empresas privadas de água do mundo, como as francesas Suez e Vivendi, que controlam cerca de 70% do mercado mundial de água.
O objectivo declarado do Fórum, promovido pelo Conselho Mundial da Água, que reúne as principais empresas multinacionais, é assegurar, através de criatividade, inovação e know-how tecnológico, o acesso à água para o "Nosso Futuro". Contudo esse slogan não define de quem é esse futuro: da humanidade, de cidadãos ou do lucro das empresas que tradicionalmente promovem o Fórum?
Alternativamente, patrocinado pela Confederação Coreana de Sindicatos, Governo da União dos Empregados e Civil Society Aliança para QPS e contra a privatização, Fórum Alternatido da Água "Água para Todos", conta a participação de representantes de redes de movimentos de luta pela água.
Enquanto isso a Prefeitura de Uberlândia participa do Fórum oficial, na Coreia do Sul. Nos parece que a agenda corporativa chama mais atenção. Contudo é fundamental lembrar que não é na agenda das multinacionais da água que vamos encontrar uma solução para a crise hídrica. Nem tão pouco será possível consolidar a água como direito humano para todos. A água não é mercadoria é um direito humano associado a um maior empenho para a salvaguarda dos recursos hídricos como patrimônio da humanidade.
Frei Rodrigo de Castro Amédée Péret, ofm
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