Quem bebe das águas de Araxá em busca de
saúde pode estar buscando um problema. De acordo com Nota Técnica número 1 da Fundação Estadual do Meio Ambiente -(FEAM) e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), de julho de 2015, a
concentração de metais pesados está seis vezes acima do permitido. A causa da
contaminação da água se encontra na exploração de nióbio pela Companhia
Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM, que não respeita normas e legislação.
Além da água, solo e ar também estão comprometidos, reforçados pela produção de fosfato pela Vale Fertilizantes.
Só na Comarca de Araxá tramitam mais de 500 processos pedindo indenização por dano à saúde causado pela contaminação da água.
Avessa às recomendações da FEAM e do IGAM, a CBMM ainda pleiteia novas licenças junto aos órgãos de fiscalização.
A nota técnica FEAM / IGAM diz que os relatórios da CBMM não são suficientes e carecem de detalhamento e cálculos, que demonstrem suas afirmações; que o monitoramento da CBMM é inadequado e não suficiente; que existem mapas elaborados de maneira inadequada; que se constatam dados faltantes nos relatórios apresentados pela CBMM; que existem pendencias da CBMM em relação à pedidos da FEAM; que a técnica de remediação da contaminação de bário é questionável pela sua baixa eficiência e a própria remediação está gerando problemas, subprodutos das reações, que são contaminantes (sulfato, sódio e cloreto); A Nota Técnica ainda ressalta que não são atendidas normas exigidas pela ABNT.
Além da água, solo e ar também estão comprometidos, reforçados pela produção de fosfato pela Vale Fertilizantes.
Só na Comarca de Araxá tramitam mais de 500 processos pedindo indenização por dano à saúde causado pela contaminação da água.
Avessa às recomendações da FEAM e do IGAM, a CBMM ainda pleiteia novas licenças junto aos órgãos de fiscalização.
A nota técnica FEAM / IGAM diz que os relatórios da CBMM não são suficientes e carecem de detalhamento e cálculos, que demonstrem suas afirmações; que o monitoramento da CBMM é inadequado e não suficiente; que existem mapas elaborados de maneira inadequada; que se constatam dados faltantes nos relatórios apresentados pela CBMM; que existem pendencias da CBMM em relação à pedidos da FEAM; que a técnica de remediação da contaminação de bário é questionável pela sua baixa eficiência e a própria remediação está gerando problemas, subprodutos das reações, que são contaminantes (sulfato, sódio e cloreto); A Nota Técnica ainda ressalta que não são atendidas normas exigidas pela ABNT.
Segundo a FEAM a contaminação das águas vem
ocorrendo desde a década de 80. Estudos apontam que a contaminação das águas do complexo do Barreiro, em Araxá ocorre pela liberação de bário no
ambiente, decorrente da exploração do nióbio na região, atividade explorada
pela CBMM. Por solicitação da FEAM, a empresa iniciou um monitoramento e atividades, em 1984, que não
foram adequadas para conter a contaminação. O resultado é que a tentativa de solução levou a outras contaminações, com a elevação dos níveis de sódio, sulfato e cloreto. A contaminação afeta águas subterrâneas
e superficiais, além do solo e subsolo.
A situação dos moradores da região se
agravou com a detecção da contaminação na produção de fosfato antes pela ARAFÉRTIL
S.A, depois Bunge e hoje Vale Fertilizantes. O
rebaixamento da mina de fosfato sobre a Fonte Dona Beja despertou a atenção
para os impactos negativos sobre as águas minerais da Estância do Barreiro.
Estudos apontam níveis altíssimos de contaminação
Análises das águas da região do Barreiro e do
entorno da cidade de Araxá, incluindo os mananciais de abastecimento da cidade confirmaram
a contaminação das águas do Barreiro, bem como da cidade de Araxá não apenas
com Bário, mas também com outros metais, em doses elevadas para o consumo
humano, como Cromo, Chumbo, Vanádio, e Urânio, detectado em níveis altíssimos
em algumas amostras. Tal estudo foi publicado pela cientista nuclear Kenya Dias
Moore no Congresso Internacional Nuclear do Atlântico – INAC ocorrido em Belo
Horizonte em outubro de 2011. Os pontos de coleta de material (água) para
análise foram: Córrego Feio, Córrego Fundo e Córrego da Areia ( mananciais de
abastecimento da cidade), Córrego do Sal, Fonte Dona Beija, Fonte Andrade
Júnior, residência de uma moradora do Barreiro na antiga Rua da Substação
(abastecida por poço CODEMIG), residência de um morador do Barreiro na Rua Alto
Paulista (abastecida pelo poço BUNGE), Rio Capivara, Rio Tamanduá, Lago do
Grande Hotel do Barreiro, Rio Pirapitinga em dois pontos, riacho junto ao
Grande Hotel do Barreiro, Barragem que fica na antiga Rua da Subestação, dois
lagos do Grande Hotel, amostra de um hotel no centro da cidade.
Drama dos moradores
Na Comarca de Araxá tramitam mais de 500
processos com pedidos de indenização por danos a saúde causado pela
contaminação da água. Muitas famílias vêm sofrendo com diversos tipos de
doenças, como câncer, doenças renais e cardiovasculares. Nos últimos três anos,
somente das famílias que entraram com ação judicial, 30 pessoas já morreram de
câncer. Cerca de 200 famílias que vivam na região do Complexo do Barreiro, no
chamado Alto Paulista e adjacências, tiveram que sair de suas casas após a
descoberta da contaminação. As famílias que lá moravam utilizavam água
imprópria para o consumo humano há anos. Através da Associação dos Moradores do
Barreiro, essas famílias conseguiram na Justiça que a Prefeitura da cidade fornecesse
água mineral aos moradores que ainda
residem lá.
Recentemente na Unidade Regional Colegiada do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba do COPAM (Conselho de Política Ambiental), essa questão foi amplamente discutida.
Entidades ligadas ao Meio Ambiente acreditam que o problema não é
divulgado para não afetar a indústria do turismo e principalmente os interesses
na exploração do nióbio, matéria prima largamente usada em liga com o aço para
atender aos mais diversos setores da indústria como a automobilística,
aeronáutica, naval e construção civil, e m produtos como câmeras fotográficas,
aparelhos de televisão, aparelhos de ressonância magnética até aceleradores de
partículas de alta energia. O Brasil detém as maiores reservas de nióbio (98,43%) e as jazidas mais conhecidas estão em Araxá e
Tapira (75,08%).
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