segunda-feira, 7 de março de 2016

Vitória dos Sem Teto em Uberlândia: direito à cidade.

A vitória dos sem teto, hoje dia 7 de março, é um marco importante luta pela democratização do espaço urbano.  As famílias do Movimento dos Sem Casa, que vivem na Ocupação Maná, conquistaram na Câmara Municipal de Uberlândia, a aprovação do projeto de transferência da área ocupado para a prefeitura.

Mais um passo na justa conquista do direito à cidade. A Ocupação Maná tem 3 anos, com 1.180 famílias. Nesse primeiro momento o decreto diz respeito à área equivalente à 800 famílias. O restante está sendo negociado e em breve terá uma solução.

Os espaços urbanos são frutos de correlações de forças e do arranjo do capital, nas cidades. Longe de serem lugares de justiça e convivência, as cidades se tornam cada vez mais em espaços de segregação à serviço do capital.


Na narrativa da economia de mercado, a especulação é expressa como um tipo de investimento. Na realidade se trata de um crime, um artifício para auferir renda, mantendo a terra vaga à espera de sua valorização. O especulador busca obter lucro a partir de futuros aumentos de preços previstos. Em termos econômicos a produção e consumo urbano é marcado pelo aumento das taxas de especulação da terra e da propriedade, levando à mercantilização e financeirização das cidades. Em nossa sociedade, as cidades se tornaram mercadoria.

Uma transformação urbana que visa alterar o uso da terra, nas cidades, exige um processo político. A participação da população e dos movimentos organizados.

A especulação imobiliária deve ser combatida e os monopólios da terra quebrados. Uma política de ordenamento do território deve envolver as a população afetada, os sem teto. Por sua vez, os impostos sobre a terra e o zoneamento devem procurar promover padrões de desenvolvimento urbano consistente, democrático e inclusivo. O respeito ao meio ambiente e um justo ordenamento do espaço devem ser bandeiras fortes na luta dos sem teto.


Os sem teto em Uberlândia estão aos poucos dando passos na conquista do direito à moradia. A vitória neste dia 4 de março, é mais uma etapa rumo ao direito à cidade . Mais do que o acesso à terra urbana, à moradia, o direito a cidade inclui saúde, saneamento básico, luta pela qualidade de vida e meio ambiente, transporte, educação, lazer, cultura, vida digna ...  Mas acima de tudo a participação ativa e cidadã na ocupação e produção do espaço urbano.  
Frei Rodrigo Péret, ogm

Nenhum comentário:

Postar um comentário