do 350.org Brasil texto Eng Alexandre G. Valente
Os dados apresentados no mais recente relatório técnico do Giaia - (Grupo Independente para Avaliação de Impacto Ambiental), surpreendem e sinalizam que a percolação do solo até o lençol freático não é suficiente para impedir a chegada dos metais nas águas profundas.
Confesso que ao analisar os resultados do relatório fiquei alarmado, já que a população imaginava que a filtração do subsolo impediria a entrada dos metais contaminantes no lençol freático e que estaria livre deles podendo beber diretamente da água captada nestas fontes.
O Giaia foi cauteloso na afirmação, porém eu sou categórico em dizer que a causa é a presença desses metais no assoalho do Rio Doce, principalmente no Espírito Santo onde o rio recarrega o lençol freático. Análises que faço das vazões do rio asseguram que trata-se de área de recarga confirmada pela escassez de nascentes no estado.
Em um dos poços artesianos analisados o ferro chegou a ultrapassar 1000 vezes o limite permitido seguidos do manganês e alumínio que ultrapassam 5 e 3 vezes respectivamente. O temido arsênio foi encontrado em teores limítrofes ou no limite máximo.
O CONSUMO HUMANO DESTAS ÁGUAS PROFUNDAS EXIGEM TRATAMENTO E NÃO PODEM SER CONSUMIDAS DE FORMA SEGURA CONFORME O MS 2914 DA ANVISA.
É óbvio que a SAMARCO negará seu envolvimento direto na contaminação, porém basta obtermos análises de águas subterrâneas históricas para que seja comprovada sua implicação direta na contaminação do lençol.
A brutal redução das vazões do Rio Doce. agora em regime laminar. (não turbulento) melhorou em muito as condições gerais das águas, mas com a sazonalidade das chuvas e com nenhuma ação de remoção dos rejeitos, podemos esperar que os contaminantes voltarão às águas nas próximas estações.
Vale a pena ler o relatório,, que em linguagem simples. permite a compreensão de todos sem que seja necessária formação técnica. Qualifico o relatório como preciso e didático..
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