Ao concluir o Ano da Misericórdia, o Papa Francisco divulgou a
Carta Apostólica “Misericordia et misera”, mediante a qual quer recordar que
a misericórdia é uma das atitudes próprias do cristão e convidar a sua
vivência. Com esta Carta o Papa estabelece o Dia Mundial dos Pobres a
ser celebrado no 33º Domingo do Tempo Comum. [Você pode ler a íntegra da
Carta aqui]
“À luz do «Jubileu das Pessoas Excluídas Socialmente», celebrado quando
já se iam fechando as Portas da Misericórdia em todas as catedrais e santuários
do mundo, intuí que, como mais um sinal concreto deste Ano Santo
extraordinário, se deve celebrar em toda a Igreja, na ocorrência do XXXIII
Domingo do Tempo Comum, o Dia Mundial dos Pobres. Será a mais
digna preparação para bem viver a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei
do Universo, que Se identificou com os mais pequenos e os pobres e nos há de
julgar sobre as obras de misericórdia (cf. Mt 25, 31-46). Será um Dia que vai
ajudar as comunidades e cada batizado a refletir como a pobreza está no âmago
do Evangelho e tomar consciência de que não poderá haver justiça nem paz
social enquanto Lázaro jazer à porta da nossa casa (cf. Lc 16, 19-21). Além
disso este Dia constituirá uma forma genuína de nova evangelização (cf. Mt 11,
5), procurando renovar o rosto da Igreja na sua perene ação de conversão
pastoral para ser testemunha da misericórdia”
O Papa explica, na Carta, que essas duas palavras – misericórdia e
mísera – foram as duas palavras usadas por Santo Agostinho para descrever o
encontro de Jesus com a mulher adúltera. Essa passagem bíblica, segundo o Papa,
ilumina a conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, “indica o
caminho que somos chamados a percorrer no futuro”.
Além de instituir o Dia Mundial dos Pobres, o Papa concede a todos os
sacerdotes a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram no pecado
do aborto. “Aquilo que eu concedera de forma limitada ao período
jubilar fica agora alargado no tempo, não obstante qualquer disposição em
contrário. Quero reiterar com todas as minhas forças que o aborto é um grave
pecado, porque põe fim a uma vida inocente; mas, com igual força, posso e devo
afirmar que não existe algum pecado que a misericórdia de Deus não possa
alcançar e destruir, quando encontra um coração arrependido que pede para se
reconciliar com o Pai. Portanto, cada sacerdote faça-se guia, apoio e conforto
no acompanhamento dos penitentes neste caminho de especial reconciliação.”
Terminado o Jubileu o Papa nos diz que "é tempo de olhar para diante e compreender como se pode continuar, com fidelidade, alegria e entusiasmo, a experimentar a riqueza da misericórdia divina. As nossas comunidades serão capazes de permanecer vivas e dinâmicas na obra da nova evangelização na medida em que a «conversão pastoral», que estamos chamados a viver, for plasmada dia após dia pela força renovadora da misericórdia."
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