Constrangimento, desciminação e violência; o Exército só permite que moradores deixem a comunidade depois de fichados. Toda uma população tida de ante mão como suspeita. Isso está ocorrendo na zona leste do Rio de Janeiro, em três favelas.
A criminalização da pobreza é o primeiro resultado da intervenção militar no Rio de Janeiro. A perpetuação da descriminação, antiga desde os tempos da colonia.
Segundo notícias da imprensa e de blogs, as informações coletadas pelo aplicativo do exército são enviadas para o banco de dados dos agentes de segurança que checam se as pessoas tem anotação criminal.
Essas paradas inconstitucionais ocorrem em bairros predominantemente pobres, as pessoas são barradas simplesmente porque vivem na periferia. A ideologia do inimigo interno ressurge forte, agora mais do que nunca com um viés socio-étnico-cultural.
Em um país onde o sistema de garantias legais vem dando lugar a um estado de excessão, direitos são ignorados, e a intolerencia cresce, nada pior do que fazer dos pobres, mais uma vez, alvo do autoritarismo das elites.
A intervenção militar recai sobre a pobreza, com certeza no Brasil é um processo histórico com raízes ideológicas na cultura. O golpe mostra sua face mais perversa. Já era de se esperar a criminalização da
pobreza, pois está intrinsecamente ligada ao recrudescimento do processo de exclusão social
causada pela implementação do neoliberalismo, que no caso é a agenda dos golpistas.
Reportagem da Folha de São Paulo desta sexta feira 23 de fevereiro, relata que moradores de 3 comunidades da zona oeste do Rio de Janeiro estão sendo fichados por militares do Exército. Segundo o jornal: "As pessoas só podem deixar suas regiões aós passarem pelo cadastramento das forças armadas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário