São sete quilômetros de rios impactados diretamente pelo rompimento do mineroduto da multi nacional Anglo American, desde segunda feira (12/03). A Secretaria de Estado e Meio Ambiente (SEMAD) que os materiais mais pesados da polpa de minério estão sedimentados no no leito do rio Santo Antônio e uma camada mais fina de polpa no leito do Rio Casca.
O que foi apurado até o momento: jorraram 300 toneladas de minério, segundo a empresa; a Anglo America levou 25 minutos para tomar uma iniciativa; levaram 11 horas para parar totalmente o derrame da tubulação; mais de 36 horas para socorrer a população que ficou sem água e para dar início a distribuição de água por caminhão pipa, ainda é muito precária.
As empresas mineradoras que se irritam e contestam qualquer atraso nos processos de licenciamento, auferem milhões em lucro, são ineficientes quando precisam dar uma resposta imediata aos problemas e impactos que elas mesma provocam.
Segundo relatos da direção do MAM - Movimento pela Spbersnia Popular na Mineração, o vazemento continua, pois as água contínuas sujas, existe muito assoreamentos e destruição de margens, com grandes impactos à biodiversidade. O MAM denuncía que a Anglo American está blindando a área, impedindo qualquer aproximação do entorno. Repete-se aqui a mesma tática usada pela Vale e BHP BILLITON, no caso do rompimento da barragem de reijeitos da Samarco. Os responsáveis pelo desastre vedam e controlam a cena do local do próprio crime que cometeram, impedindo a sociedade civil de ter qualquer acesso. As mineradoras se comportam nos territórios com uma soberania ilegal e despótica, acima do povo e do próprio estado.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma ação civil pública, pedindo o bloqueio imediato de R$ 10 milhões da Anglo American. O MPMG exige que a empresa pare imediatamente o vazamento e a contaminação e que até em 72 horas seja feita a contenção e retirada e destinação posterior dos poluentes. Exige ainda que a Justiça, que no final da ação a Anglo América repare integralmente os danos ao meio ambiente, à saúde e a população que se abastece de água.
O MPMG aponta ainda que as alterações adversas das características do meio ambiente causadas pelo rompimento podem, até prova em contrário, prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criar condições desfavoráveis às atividades sociais e econômicas; afetar desfavoravelmente a biota; afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.
Amostra da água feita pelo Núcleo de Crimes Ambientais (Nucrim) do MPMG atesta que no ponto a montante do local da ruptura (aproximadamente 100 m de distância) revelou 75,1 NTU (unidade de turbidez), ao passo que, a jusante do local (aproximadamente 100 m de distância), o valor aferido foi de 837 NTU.
O Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para apurar as causas e consequências, bem como apurar responsabilidades.
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