segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Há 40 anos falecia Paulo VI, o Papa da Modernidade


Paulo VI, Giovanni Battista Montini, faleceu em 6 de agosto de 1978, na festa da Transfiguração do Senhor. Ele foi o papa que finalizou o Concílio Vaticano II, que havia sido inaugurado pelo seu predecessor São João XXIII.

Ontem (5 de agosto), durante o Angelus, o Papa Francisco recordou a figura de Paulo VI, chamando-o "o grande Papa da modernidade". 

"Há quarenta anos, o Beato Papa Paulo VI estava vivendo as suas últimas horas nesta terra. Morreu, de fato, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemos dele com muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, em 14 de outubro próximo. Do céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo. Este grande Papa da modernidade, o saudemos com um aplauso, todos!

Paulo VI foi um papa ligado às questões de Justiça e Paz. 

Em 1967, 15 meses depois de terminado o Concílio Vaticano II, Paulo VI lançou sua Encíclica sobre o Desenvolvimento dos Povos (Populorum Progressio), na qual faz uma dura crítica ao capitalismo liberal:

[…] construiu-se um sistema que considerava o lucro como motor essencial do progresso econômico, a concorrência como lei suprema da economia, a propriedade privada dos bens de produção como direito absoluto, sem limite nem obrigações sociais correspondentes. Este liberalismo sem freio conduziu à ditadura denunciada com razão por Pio XI, como geradora do "imperialismo internacional do dinheiro".

Dois meses antes Paulo VI  criou a “Comissão Pontifícia Justiça e Paz”, com representantes de todos os continentes, na mesma mensagem em que criava o “Conselho dos Leigos”. O Conselhos dos Leigos foi proposta ddecreto de Concílio Vaticano II sobre o apostolado dos leigos: Apostolicam Actuositatem, n. 26

Estabeleceu como função da Comissão Justiça e Paz o “estudo dos grandes problemas da justiça social, com vistas ao desenvolvimento das nações jovens e especialmente quanto à fome e à paz no mundo”. Ele assim colocava em prática a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n.90, do Concílio Vativano II, que indicou que julgava “muito oportuna a criação de um organismo da Igreja universal, com o fim de despertar a comunidade dos católicos para que promovam o progresso das regiões indigentes e a justiça social entre as nações”.

Paulo VI nasceu em 1897 e Exerceu o seu ministério sacerdotal durante 58 anos. Foi ordenado em 29 de maio de 1920.


Doutor em filosofia, direito civil e direito canônico, serviu a diplomacia da Santa Sé e a pastoral universitária italiana, e a partir de 1937, foi colaborador direto do Papa Pio XII. Durante a II Guerra Mundial trabalhou no Vaticano com os refugiados e os judeus.

Após o conflito, em 1954, foi nomeado arcebispo de Milão. Foi criado cardeal pelo Papa João XXIII em 1958, e participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II. Cinco anos depois, em 21 de junho de 1963 foi eleito Papa. 

Foi o primeiro Papa que visitou a Terra Santa. Em Jerusalém, em 1964, encontrou-se com o patriarca ortodoxo Atenágoras I e celebraram juntos o levantamento das mútuas excomunhões impostas depois do Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente, em 1054. O Papa Francisco visitou a Terra Santa em 2014 para celebrar os 50 anos deste acontecimento.

Paulo VI escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968) sobre o controle da natalidade, e a ‘Populorum Progressio’ (1967) que abrange o desenvolvimento dos povos.




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