Iniciou em Johanesburgo, África do Sul, o Fórum Social Temático sobre Mineração e a Economia Extrativista. Com a presença de 370 delegados de mais de 50 países, de todos os continentes, o Fórum irá de 12 a 15 de novembro.
O objetivo é reunir a sociedade civil para analisar a mineração e a economia extrativista, compartilhar, refletir e buscar estratégias para gerar e disseminar uma narrativa alternativa sobre o impacto da mineração em comunidades afetadas por minas e fortalecer as lutas. Também é importante permitir e incentivar o diálogo entre trabalhadores e comunidades locais, que muitas vezes resistem às grandes empresas e são acusados de restringir o número de empregos locais. Ainda na mesma linha, é urgente ampliar as articulações entre as comunidades atingidas pela mesma empresa, que atua em diversos países, para criar redes de negociação, confronto e resistência. Também é urgente articular e aprender com os diferentes atores atingidos e mobilizados: mulheres, camponeses, povos indígenas, comunidades tradicionais, sindicalistas e igreja local. É importante que construir sobre as expressões concretas das alternativas e buscar soluções adicionais para o extrativismo. Finalmente, entender a expansão da mineração e seus impactos no âmbito da economia extrativista e os efeitos das mudanças climáticas, é necessário para permite alianças com aqueles que trabalham contra o agronegócio, a pesca predatória e a exploração florestal.
Nas últimas décadas temos testemunhado a intensificação do extrativismo, um modelo destrutivo baseado no abuso dos chamados “recursos naturais”, dos quais a mineração é um caso exemplar. Este modelo, em nome do progresso e do desenvolvimento, tem sido devastador e degradante. Envolvido uma super exploração de trabalhadores, a desapropriação sistemática de comunidades, intensificação das condições de aquecimento global e injustiça climática. Esse modelo sujeita economias locais a uma lógica de acumulação que beneficia empresas transnacionais – os novos governantes do mundo. Mulheres, trabalhadores, trabalhadoras sem terra, povos originários, comunidades tradicionais e camponeses resistem e lutam por um outro mundo.
Este Fórum Social Temático sobre Mineração e a Economia Extrativista tem o fim ambicioso de consolidar um movimento extenso de resistência e assegurar controle social sobre as atividades extrativistas, assim como o lançamento da Campanha pelo o “Direito de dizer não” a projetos socialmente e ambientalmente degradantes. Aos delegados nesse Fórum cabe a tarefa de interagir as lutas as lutas e intensificar a solidariedade. A crise climática que se aprofunda, a ascensão da direita e a crise econômica que o nosso povo experimenta, em várias partes do planeta, torna isto URGENTE!
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