A Arquidiocese de Belo Horizonte esclarece que o informe publicitário divulgado na edição número 116 da Revista Ecológico, de março de 2019, com texto claramente redigido a partir da visão parcial da empresa que pretende explorar a Serra da Piedade, cria equivocado entendimento da realidade. Ao final do texto, o leitor é induzido a acreditar que há concordância por parte da Arquidiocese de Belo Horizonte a respeito do objetivo da empresa. Ao contrário, a Arquidiocese de Belo Horizonte reitera veementemente que não quer mineração na Serra da Piedade.
Entre as graves imprecisões, na página 42, o texto diz que a empresa “acatou pedidos da Arquidiocese”. Isto é uma inverdade: a Justiça determinou, a pedido da Arquidiocese de Belo Horizonte, que não haja tráfego de caminhões transportando minérios nas vias de acesso ao Santuário em dias de peregrinação dos fiéis. Sublinhe-se, pois, este fato: o que se conseguiu, até aqui, no que se refere à proteção dos peregrinos e do seu patrimônio sagrado foi determinação judicial e não acordo com a empresa.
Mais uma vez a Arquidiocese de Belo Horizonte é citada na página 43. A publicidade diz que a mineradora realizou diversas reuniões com a Arquidiocese, comunidades e instâncias do poder público, dando a entender que houve diálogo e entendimento. É inverdade. O impasse continua: a Arquidiocese de Belo Horizonte não concorda com a exploração de minério na Serra da Piedade, já tão degradada.
A empresa, ao adquirir a Mina, assumiu a responsabilidade de recuperá-la, dedicando-se exclusivamente à área devastada. Se assim o fizesse, já conseguiria obter ganhos financeiros, pois a área explorada ainda guarda preciosas riquezas minerais. Mas, no objetivo de ampliar ganhos com o empreendimento, a empresa quer devastar áreas ainda totalmente preservadas.
Chama a atenção e causa perplexidade o que é dito na página 44: “Ao final do novo modelo de exploração mineral, não apenas o Morro do Brumado, mas toda a Serra da Piedade, tombada ou não, terá sua geografia de volta e melhorada.” Ora, por mais que se invista na recuperação da área, jamais será possível tornar o território devastado igual ou melhor do que era, em sua configuração original. Afinal, perdeu-se o equilíbrio, a harmonia entre a fauna e a flora, as nascentes e cavernas, o bioma único, que só ali existia, conforme apontam inúmeras pesquisas.
Lamenta-se ainda que, logo após a publicação do texto da mineradora, tenha sido divulgada a publicidade do programa Versos e Preces, apresentado por Dom Vicente Ferreira na TV Horizonte. A proximidade dessa publicidade com o texto da mineradora gera confusão para o leitor. O importante trabalho de Dom Vicente na defesa do meio ambiente e de todos os que sofrem as consequências da devastação provocada pela exploração desenfreada da natureza é reconhecido por todos.
Estejam certos de que a Arquidiocese de Belo Horizonte não concorda com o conteúdo publicado na Revista Ecológico. Permanece firme na defesa da Serra da Piedade e das comunidades que serão impactadas com a exploração sem limites do território.
Assessoria de Comunicação e Marketing
da Arquidiocese de Belo Horizonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário