sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Carta Aberta da Rede Igrejas e Mineração - Minas Gerais

Nós, agentes de pastoral, participantes do Curso de Formação da Rede Igrejas e Mineração – Minas Gerais, reunidos de 15 a 18 de outubro de 2019, refletimos sobre a situação das comunidades atingidas pelo setor minerário e seus impactos sobre a Casa Comum. Em comunhão com o Sínodo da Amazônia nos inspira, a partir da Ecologia Integral, a lançar um olhar sócio-ecológico e teológico sobre a realidade dos territórios.
Muito nos espantou a agressividade das empresas, alicerçadas nos Governos, para controlar os territórios de vida, transformando-os em lucro e morte. São claros os sinais de que o atual modelo minerário está em profunda crise. Os exemplos dos crimes em Mariana e Brumadinho mostram isso. Mas além dos rompimentos de barragens, a mineração viola os direitos das comunidades, contamina e destrói águas e causa vários outros impactos que inviabilizam a vida e as possibilidades de alternativas econômicas nos territórios.
A cobiça das empresas não cessa. Não recua. Essas não reconhecem a catástrofe vivida pela sociedade.  Insistem em  avançar com este modelo. Está em curso um plano articulado entre empresas minerárias e os Governos Estadual e Federal, visando a liberação de diversas licenças ambientais (como da VALE/SAMARCO em Mariana), inclusive em áreas de extrema vulnerabilidade social e de escassez de água. Vimos, de forma bastante clara, que o setor minerário aprofunda uma economia neocolonial-extrativista degradadora, o que significa a intensificação de crimes e tragédias socioambientais. Como exemplo, citamos o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte que está por um fio; o projeto de mineroduto da Chinesa SAM, na região semiárida, no Norte de Minas e Jequitinhonha. Essas são tragédias anunciadas.  
Muito nos alegraram os sinais vindos das comunidades, as quais resistem, enfrentando as mineradoras. A vida pulsa nos territórios de resistência, de defesa da vida, do bem comum e do bem-viver, que apontam um novo e necessário caminho.
Reforçamos nosso compromisso com a defesa da vida e com o enfrentamento dos problemas vivenciados pelas comunidades atingidas e ameaçadas. Colocamo-nos como missionários de uma “Igreja em Saída”, assumindo-nos como guardiões e guardiãs da Casa Comum, em com
unhão com a Encíclica Laudato Si’ e com o Sínodo da Amazônia.
João Monlevade, 18 de outubro de 2019.
CÁRITAS MG – CPT – CIMI – CPP - GT ECOLOGIA INTEGRAL E MINERAÇÃO DO REGIONAL LESTE II

2 comentários:

  1. Deus está do seu lado, pra frente companheiras e companheiros, com toda coragem !

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  2. A luta contra desmandos do capital e as injustiças cometidas pelos gananciosos, não tem fim, mas até que cheguemos aos tempos de Luz e Vida, precisamos combater.

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