Com uma bíblia retirada da lama e os três Reis
Magos vestidos com coletes de salvamento este é o presépio, que está montado no
Centro de Lideres da Igreja Católica, em Brumadinho.
No dia de Natal o criminoso rompimento da barragem
da Vale, naquele município, completou 11 meses. As famílias, em uma celebração,
homenagearam os bombeiros que ainda fazem operação para resgatar 13 vítimas
desaparecidas, das 272 (duas estão no ventre de suas mães) que morreram.
Ninguém está preso e o processo de indenizações se arrasta, já que a empresa criminosa, a mineradora Vale, busca todas as formas
pagar o menos possível às vítimas.
Contudo, fazem poucas semanas que a Vale se
comprometeu a remunerar seus acionistas, com os juros sobre o capital,
referentes ao ano de 2019. Remunerar seus acionistas em R$ 7,25 bilhões, na
forma de juros sobre capital próprio, referentes ao ano de 2019. O valor
supera o total gasto pela companhia nos reparos do rompimento da barragem
de Brumadinho.
Continua pesando o lucro sobre a vida. Não há reparação. O estado tímido e capturado pelo capital minerário continua na linha de fazer acordos, onde a empresa tem poderes sobre o território e sobre as decisões. Enquanto isso continua o ruído do trem da Vale que corta Brumadinho. A extração não para o minério não para, é levado, corre os trilhos em direção ao estrangeiro.
O presépio de Brumadinho clama como o Salmo: “A
bondade e a fidelidade outra vez se irão unir, a justiça e a paz de novo se
darão as mãos. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará do alto do
céu."
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