A Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso, Brasil), a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos) comunicam o falecimento Dom Pedro Casaldáliga Pla, CMF, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso) e Missionário Claretiano, ocorrido neste dia 08 de agosto de 2020 às 9:40 horas.
Oração: Dá-nos a Paz - Pedro CasaldáligaPedro Casaldáliga i Pla nasceu em Balsareny, uma província de Barcelona, na Catalunha, em 16 de fevereiro de 1928. Depois, se tornou dom Pedro Casaldáliga, bispo da Igreja Católica que fez história na Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Neste Estado, ttornou-se defensor dos “oprimidos”, os posseiros e camponeses, contra grileiros e latifundiários. Ingressou na Congreação Claretiana (Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria) em 1943, sendo ordenado sacerdote em Montjuic, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952. Depois de ordenado, foi professor de um colégio claretiano em Barbastro, assessor dos Cursilhos de Cristande e diretor da Revista Iris.
Em 1968, mudou-se para o Brasil para fundar uma missão claretiana no Estado do Mato Grosso, uma região com um alto grau de analfabetismo, marginalização social e concentração fundiária (latinfúndios), onde eram comuns os assassinatos.
Foi nomeado administrador apóstolico da prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso) no dia 27 de abril de 1970. O Papa Paulo VI o nomeou buspo prelado de Sçao Félix do Araguaia, no dia 27 de agosto de 1971. Sua ordenação epsicopal deu-se a 23 de outubro de 1971, pelas mãos de Dom Frenando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia ; de Dom Tomás Balduíno, OP; e Dom Juneval Roriz, CSSR.
Adotou como lema para sua atividade pastoral: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras sobre antropologia, sociologia e ecologia.
Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte. A mais grave, em 12 de outibro de 1976, ocorreu em Ribeirão Cascalheira (Mato Grosso). Ao ser informado que duas mulheres estavam sendo torturadas na delegacia local, dirigiu-se até lá acompanhado do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier . Após forte discussão com os policiais, o padre Burnier ameaçou denunciá-los às autoridades, sendo então agredido e, em seguida, alvejado com um tiro na nuca. Após a missa de sétimo dia, a população seguiu em procissão até a porta da delegacia, libertando os presos e destruindo o prédio. Naquele lugar foi erguida uma igreja.
Por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil, tendo saído em sua defesa o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo.
Compadre Francisco
Poema de Dom Pedro Casaldáliga a São Francisco: "Compadre Francisco, como vais de glória? / E a comadre Clara e a irmandade toda?
Nós, aqui na Terra, vamos mal vivendo,
que a cobiça é grande e o amor pequeno.
O amor divino é mui pouco amado
e é flor de uma noite o amor humano.
Metade do mundo definha de fome e a outra metade de medo da morte.
A sábia loucura do santo Evangelho tem poucos alunos que a levem a sério.
Senhora Pobreza, perfeita alegria, andam mais nos livros que nas nossas vidas.
Há muitos caminhos, que levam a Roma;
Belém e o Calvário saíram da rota.
Nossa Madre Igreja melhorou de modo mas tem muita cúria e carisma pouco.
Frades e conventos criaram vergonha,
mas é mais no jeito que por vida nova.
Muitos tecnocratas e poucos poetas.
Muitos doutrinários e menos poetas.
Muitos doutrinários e menos profetas.
Armas e aparelhos trustes e escritórios,
planejam a história, manejam os povos.
A mãe natureza chora, poluída no ar e nas águas, nos céus e nas minas.
Pássaros e flores morrem de amargura, e os lobos do espanto ganharam as ruas. Murchou o estandarte da antiga arrogância.
são de ódio e lucro
as nossas cruzadas.
Sucedem-se as guerras e os tratados sobram;
sangue por petróleo os impérios trocam.
O mundo é tão velho que, para ser novo,
compadre Francisco, só fazendo outro…
Quando Jesus Cristo e Nossa Senhora venham dar um jeito nesta terra nossa,
MUITO REFLEXIVO O POEMA!!!
ResponderExcluirPARABÉNS PELA POSTAGEM!!!