Produzido pela Rede Igrejas e Mineração e pela Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, na arquidiocese de Belo Horizonte (MG), com apoio da Misereor, o vídeo “A Vale limpou seu nome” “é uma denúncia do processo de acordo autoritário e feito a portas fechadas do governo [Romeu] Zema com a mineradora”, segundo os organizadores. Na produção, também são lembrados os processos de violação de direitos humanos que, assim como em Brumadinho, também acontece em diversos outros territórios do país, como Mariana, Piquiá de Baixo, Rio Doce e Barão de Cocais, por exemplo.
Para o bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte (MG), dom Vicente de Paula Ferreira, as vultuosas propagandas da Vale veiculadas na mídia não passam de maquiagem, “porque o que acompanhamos nos nossos territórios são estratégias de dominação, são violações em cima de violações, e esse acordo que ela fez com o governo do estado de Minas Gerais com a participação das entidades de justiça mais uma vez revela a não participação das comunidades atingidas”.
“E para nós fica esse sentimento, essa sensação de que esse acordo nada mais é do que uma forma de limpar o nome da mineradora. Como a gente diz e ver no final do vídeo, quem está dormindo tranquilo com isso são os acionistas, aqueles que se beneficiam desse acordo”, denuncia o bispo.
Voz aos atingidos
“A fala da atingida pelo crime da Vale em Brumadinho carrega a indignação e dor de milhares de familiares das 273 vítimas, de atingidos e atingidas que perderam casas, plantações, empregos, sonhos”, lamentam os organizadores da iniciativa, que pede justiça. Dom Vicente reforça a intenção da produção em mostrar “a força da voz daqueles que estão sendo violados”.
A publicação do vídeo, segundo dom Vicente, ressoa as vozes de pessoas que defendem a ecologia integral, tão querida pelo Papa Francisco na Laudato Si’, e mostra a “falácia de comunicação” que insiste em dizer que está havendo reparação, compromisso. “E o que nós assistimos são os territórios cada vez mais dominados por essa minério dependência”, sublinha.
Fonte: CNBB
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