sexta-feira, 21 de julho de 2017

Denunciada na ONU a questão das ameaças sofridas por atingidos da Anglo American em Conceição do Mato Dentro (MG)

Neste dia 21 de julho, uma denuncia foi submetida ao Relator Especial sobre a Situação dos Defensores dos Direitos Humanos da ONU, solicitando sua intervenção urgente para proteger a vida e a integridade física de cinco defensores de direitos humanos que estão sofrendo ameaças ao se oporem junto com as comunidades, à expansão da mineração da Anglo American (projeto Minas-Rio), em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerias.

Os defensores de direitos humanos ameaçados são moradores da região e vivem  o mesmo drama dos outros atingidos pela operações da mineradora Anglo American. Apesar de já estarem incluídos, desde o mês de maio de 2017, no Programa de Defensores de Direitos Humanos do Estado de Minas Gerais, as ameaças continuam.

A denúncia foi elaborada pelo escritório de Franciscan International, em Genebra, que  é uma organização não governamental com status consultivo geral da ONU e pelo Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia da Conferencia, da Família Franciscana do Brasil.

A situação na região de Conceição do Mato Dentro

A denuncia aponta que o desenvolvimento da terceira fase do projeto de mineração "Minas-Rio" está no centro da controvérsia que levou às ameaças dos moradores defensores dos direitos humanos. Além de um histórico de conflitos entre residentes e a Anglo American, desde 2006, quando a empresa começou a aquisição de terras para o desenvolvimento do projeto, a ameaças atuais iniciaram, em 11 de abril de 2017, após o adiamento por ordem judicial, de uma audiência pública para discutir a expansão do projeto Minas-Rio. Para obter o licenciamento para a expansão, é obrigatório que a Anglo American realize audiência com a população. O juiz suspendeu aquela audiência pública com base em deficiências na convocação da audiência e na falta de disponibilidade dos estudos de impacto ambiental. As cinco pessoas que assinaram a ação popular solicitando o cancelamento da referida audiência, em nome das comunidades atingidas, após o cancelamento da mesma, passaram a serem ameaçados e até mesmo alguns casos de agressão.

O texto da denuncia, baseado em documentos, afirma que:

“É claro que os assédios e ameaças aos defensores estão relacionados às suas atividades como opositores ao projeto mineiro Minas-Rio e, em particular, ao pedido de suspensão da audiência pública relacionada ao novo desenvolvimento do projeto. De fato, como mencionado, a tensão na comunidade aumentou depois que uma decisão judicial suspendeu a audiência.”

Uma audiência pública ocorreu finalmente em 20 de julho de 2017, em um clima de tensão. Em particular, os problemas relacionados à avaliação de impacto ambiental e ao não cumprimento de condicionantes impostas para realizar o projeto levaram o Ministério Público Federal, em 12 de julho 2017, recomendar a suspensão do processo de licenciamento.

O que se segue agora à esta denuncia


Segundo os procedimentos Após o recebimento o Relator Especial sobre a Situação dos Defensores dos Direitos Humanos faz um estudo da denúncia, solicitação mais informação, caso necessário, e então fará contato com o governo brasileiro. Esse contato será dirigido à missão diplomática do Brasil nas Nações Unidas em Genebra.

A denúncia solicita a intervenção urgente do o Relator Especial sobre a Situação dos Defensores dos Direitos Humanos da ONU, para proteger a vida e a integridade física de cinco defensores de direitos humanos que estão sofrendo ameaças no conflito com a mineradora Anglo American.

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